Boa parte do cinema
dito “surreal” é acompanhado de uma série de cenas que remetem às mais íntimas
extravagâncias comportamentais que refletem, de forma difusa, ideias e
conceitos emaranhados em complicados significados e ao desatento, parecem não
fazer sentido algum. A capacidade de se entreter com o improvável e de lutar
para mudar o inevitável revela características marcantes da personalidade
daquele que aprecia a sétima arte surrealista. Agora, nunca pergunte ao autor
de uma destas obras “o que é que você quis dizer?” por que a ideia central de
toda a arte é a de que cada um deve ter sua própria interpretação e o autor
estragaria a surpresa se revelasse o fio condutor que teceu toda narrativa. Os
surrealistas se deleitam com o impossível. Tudo o que é fora de contexto é, de
alguma forma, engraçado, ou não?